Texto de Isabel Teixeira, Mateus Solano e Miguel Thiré.
Direção de Miguel Thiré.
Através do dia-a-dia de um figurante do audiovisual, o espetáculo joga luz sobre todos os figurantes de todos os segmentos da sociedade – os invisibilizados, que nem sempre se percebem apagados dentro de um coletivo, seja ele profissional ou pessoal.
A direção é de Miguel Thiré, parceiro de Mateus Solano no sucesso “Selfie”, espetáculo que lotou os teatros do Rio e de São Paulo entre 2014 e 2016. A dramaturgia é da dupla, em parceria inédita com Isabel Teixeira, par recente de Mateus na novela “Elas Por Elas”, TV Globo.
“Somos um animal que cria histórias para viver e um mundo para acreditar. Na ânsia em fazer parte desse mundo, acabamos por nos afastar de nós mesmos a ponto de não saber se somos protagonistas ou figurantes de nossa própria história” (Mateus Solano).
Esta reflexão permeia a criação de “O Figurante”, primeiro monólogo de Mateus Solano, que volta aos palcos dirigido pelo parceiro Miguel Thiré. Com esta peça, a dupla celebra agora seu quinto trabalho – entre eles o sucesso “Selfie”, espetáculo que lotou os teatros do Rio e São Paulo entre 2014 e 2016.
Agora, a dupla virou trio: a construção da dramaturgia é de Mateus Solano, Miguel Thiré e Isabel Teixeira – recente par de Mateus na novela “Elas Por Elas”, TV Globo.
A produção é, mais uma vez, da Bem Legal Produções, de Carlos Grun, parceiro da dupla em “Selfie” e produtor de sucessos como “Intimidade Indecente”, com Marcos Caruso e Eliane Giardini; “Mãe Fora da Caixa”, com Miá Mello; e “Diário de Um Louco”, com Milhem Cortaz, entre outros.
GÊNERO: comédia dramática / CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 anos / DURAÇÃO: 70 min
SINOPSE
Augusto (Mateus Solano) é um figurante dedicado, experiente e acostumado a servir em produções audiovisuais. Vive uma rotina previsível como se fosse figurante de sua própria história. Aos poucos, ele vai despertando e questionando a importância de seu trabalho e de sua vida. Como ressignificar sua existência?
A CRIAÇÃO
A construção da dramaturgia partiu de um processo de trabalho desenvolvido por Isabel Teixeira, a “Escrita na Cena”. A proposta é estimular o ator, durante exercícios de improvisação, a encontrar suas próprias narrativas, fazendo brotar do intérprete uma “autoria”. O ator tem a liberdade de criar (ou recriar) o texto, primeiro pelo improviso e depois pela escrita. Os exercícios de Mateus foram gravados, e suas falas foram transcritas por Isabel numa segunda camada, buscando fazer delas a voz do personagem.
“Atores e atrizes escrevem no ar da cena, onde vírgula é respiração e texto é palavra dita e depois encarnada no papel. Essa é a tinta de base usada para escrever ‘O Figurante’. Partimos de improvisos de Mateus Solano e posteriormente mergulhamos no árduo e delicioso trabalho de composição e estruturação dramatúrgica. ‘O Figurante’ torna visível o que normalmente é deixado no fundo do quadro, no fundo da cena, nas profundezas da invisibilidade.”, explica Isabel Teixeira.
A peça dá continuidade à pesquisa de linguagem desenvolvida há anos por Miguel Thiré e Mateus Solano: uma encenação essencial, que se vale basicamente do corpo e da voz como balizas do jogo cênico. No palco nu, Mateus dá vida ao Figurante e demais personagens através do trabalho mímico.
“Sempre acreditei em um teatro que debate direto com a sociedade, que toca o público. O que queremos dizer? Como vamos dizer? Neste quinto trabalho juntos, ao invés de dividirmos o palco, passo eu para esse lugar de ‘espectador profissional’ que é a direção. Acompanho o trabalho desse brilhante ator (Mateus Solano) que dá vida a um outro ator (o personagem) que, por sua vez, não consegue brilhar. ‘O Figurante’ busca colocar o foco onde normalmente não há. O trabalho é fazer este personagem não imprimir, estar fora de foco, ser quase parte da mobília.”, explica Miguel Thiré, diretor.
FICHA TÉCNICA
Dramaturgia: Isabel Teixeira, Mateus Solano e Miguel Thiré
Atuação: Mateus Solano
Direção: Miguel Thiré
Diretores Assistentes: Bruno Madeira e Glauce Guima
Direção de Produção: Carlos Grun
Direção de Movimento: Toni Rodrigues
Desenho de Luz: Daniela Sanchez
Figurino Carol Lobato
Direção Musical e Trilha Original: João Thiré
Imagens em Vídeo: Eduardo Chamon
Fotos de Cena Dalton Valério
Fotos Arte Guto Costa
Design Gráfico: Rita Ariani
Redes Sociais: Carolina Taulois
Equipe de Produção: Flavia Espírito Santo, Glauce Guima, Kakau Berredo, Cleidinaldo Alves
Idealização e Realização: Mateus Solano, Miguel Thiré e Carlos Grun
Uma produção Bem Legal Produções
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany
MIGUEL THIRÉ – diretor e coautor
Miguel Thiré, nascido em 1982 no Rio de Janeiro, é descendente de uma família de artistas que marcaram os palcos e as telas do Brasil, como sua avó Tônia Carrero e seu pai Cecil Thiré. Seguindo os passos da família, Miguel iniciou sua formação aos 10 anos n’O Tablado e, desde então, vem trabalhando em teatro, cinema e TV.
No teatro, atuou em “Tango, Bolero e Chá-chá-chá” e “A Babá”, ambos com direção de Bibi Ferreira; “Otelo”, dirigida e estrelada por Diogo Vilela; “Serie 21”, sob a direção de Jefferson Miranda; “Macbeth”, direção de Aderbal Freire-Filho; “Os Altruístas”, com direção de Guilherme Weber; “O Homem Travesseiro”, direção de Bruce Gomlevsky (tendo ganho o prêmio de melhor ator coadjuvante no FITA 2013), entre outros.
Na televisão, atuou nas novelas “Porto dos Milagres” “Malhação”; “Em Família”, na TV Globo; “Paixões Proibidas”, na TV Band/ RTP; “Poder Paralelo” e “Sansão e Dalila”, na TV Record. Protagonizou a série de “Copa Hotel”, no canal GNT.
Como diretor teatral, destacam-se “Doutor, minha filha não para de dançar”, com Mateus Solano, parceiro artístico com quem depois criou “2 p/ Viagem” e “SELFIE”; a criação e direção de “Superiores”, indicado ao “Prêmio Shell” pela pesquisa de linguagem, além de vencedor de três prêmios, incluindo direção, no festival de Campos dos Goytacazes; “O Que Você Gostaria Que Ficasse”, trabalho criado dentro do Brecha coletivo; e “O Cara”, monólogo em cocriação com Paulo Mathias Jr.
Já vivendo em Portugal, no teatro cria a assinatura “Teatro Inventado”, e esteve com os solos “Cidade Maravilhosa”, em 2017, e “Força Estranha”, em 2018, no Chapitô, ambos como criador e intérprete. Também como criador e ator na remontagem de “SELFIE” em 2018/19. Integra o elenco de “A Peça que da para o Torto”, “Replica show”, em cartaz no Casino dos Oceanos em 2020 e 2021. Em 2022, estreia “O CRÉDITO”, ao lado de Manuel Marques, também no Casino dos Oceanos. Em 2023, integra o elenco da peça “O regresso de Ricardo III”, com encenação de Ricardo Neves-Neves.
Como encenador, assina a montagem portuguesa de “Trair e Coçar é só começar”, de Marcos Caruso, sucesso no casino Lisboa em 2022. Assina a adaptação e encenação de “Dois+Dois”, comédia de sucesso em cartaz no teatro Villaret, em 2023. Adapta e recria a Experiência Imersiva “Alice, O Outro Lado da História”, sucesso de público e crítica em 2020/21. E assina a encenação do musical infantil “Assalto as lancheiras”, em 2017.
ISABEL TEIXEIRA – coautora
ISABEL TEIXEIRA é diretora, dramaturga, pesquisadora e atriz formada pela EAD. Foi integrante-fundadora da Cia. Livre de Teatro, junto à qual realizou trabalhos como atriz em TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA e UM BONDE CHAMADO DESEJO – indicada ao prêmio Shell de melhor atriz 2002 (ambas sob a direção de Cibele Forjaz). Na mesma companhia, em 2005, coordenou o projeto ARENA CONTA ARENA 50 ANOS, ganhador dos prêmios Shell e APCA do mesmo ano.
Atuou nas peças GAIVOTA, TEMA PARA UM CONTO CURTO, dir. de Enrique Diaz; RAINHA[(S)], DUAS ATRIZES EM BUSCA DE UM CORAÇÃO (prêmio Shell de melhor atriz em 2009) dir. de Cibele Forjaz; O LIVRO DE ÍTENS DO PACIENTE ESTEVÃO, dir. de Felipe Hirsch.
Foi assistente de Regina Braga no espetáculo TOTATIANDO, com Zélia Duncan em 2011. Em 2013, dirigiu a peça DESARTICULAÇÕES, monólogo realizado por Regina Braga com texto de Sylvia Molloy. Também em 2013 dirigiu o show TUDO ESCLARECIDO, com Zélia Duncan; traduziu e dirigiu a Turma 63 da EAD na peça ELEUTHERIA, de S. Beckett. Entre 2014 e 2015 estreou PUZZLE (a, b, c e d), sob a dir. de Felipe Hirsch. Entre 2013 e 2020 Atuou no espetáculo E SE ELAS FOSSEM PARA MOSCOU? (indicada como melhor atriz para os prêmios Questão de Crítica, Cesgranrio e APTR), dir. de Christiane Jatahy. Esta peça foi vista em países como Canadá, França, Portugal, Espanha, Bélgica, Croácia, Alemanha e Estados Unidos, cumprindo turnê até janeiro de 2020.
Entre 2014 e 2015 dirigiu o espetáculo, ANIMAIS NA PISTA, de Michelle Ferreira e o espetáculo AGORA EU VOU FICAR BONITA, com Regina Braga e Celso Sim, roteiro de Regina Braga e Drauzio Varella. Em 2016 dirigiu a peça FIM DE JOGO, de Samuel Beckett, com Renato Borghi. Codirigiu a peça A TRAGÉDIA DA AMÉRICA LATINA, sob a dir. de Felipe Hirsch. Dirigiu a peça LOVLOVLOV, Peça Única em Cinco Choques, com texto de Isabel Teixeira, Diego Marchioro e Fernando de Proença. Em 2017 dirigiu a peça A MULHER QUE DIGITA, de Carla Kinzo.
Como integrante da Cia. Vértice de Teatro, foi convidada pelo teatro Odeon de Paris e pelo Le Centquatre-Paris para atuar no espetáculo ÍTACA, de Christiane Jatahy, que estreou em Paris em abril de 2018 e cumpriu turné mundial até 2019. Em julho de 2019, dirige o novo show de Zélia Duncan, TUDO É UM, estreia nacional no Sesc Pinheiros. Em 2019 dirigiu a peça SÃO PAULO, roteiro de Regina Braga, recentemente em cartaz. Em 2019, escreveu e dirigiu a peça PEOPLE vs PEOPLE, com Fernando de Proença e Diego Marchioro, que estreou em novembro de 2019 em Curitiba e ainda cumpre temporada.
Escreveu o Podcast em três capítulos: PEOPLE vs TESLA, para a Rumo de Cultura de Curitiba, que estreou em novembro de 2020, nas principais plataformas. Integrou o elenco da série DESALMA, de Ana Paula Maia, direção de Carlos Manga Junior (temporada 1-2019 e temporada 2 – 2021); da novela AMOR DE MÃE, de Manuela Dias, direção de José Luiz Villamarim (2020); da novela PANTANAL, de Bruno Luperi, direção de Rogério Gomes (2022), trabalho pelo qual recebeu o troféu Melhores do Ano e o prêmio APCA. Em 2023 protagonizou o remake da novela ELAS POR ELAS, de Cassiano Gabus Mendes, reescrita por Thereza Falcão e Alexandre Marson, direção de Amora Mautner.
Em 2024 integra o elenco da próxima novela de Cláudia Souto, na TV Globo, VOLTA POR CIMA, direção de André Câmara. No teatro, dirige a Cia Munguzá no projeto LINHAS (dramaturgia do grupo sob sua coordenação); atua na peça MARTINI, EM BUSCA DO BONDE PERDIDO; e colabora na dramaturgia de O FIGURANTE, que escreve com Mateus Solano (atuação) e Miguel Thiré (direção).
MATEUS SOLANO – ator e autor
Mateus Solano é ganhador de vários prêmios, incluindo dois Troféus Imprensa, um Prêmio APCA, um Prêmio Extra, dois Prêmios Qualidade Brasil, e um Prêmio Bibi Ferreira. Após estudar Artes Cênicas na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Mateus iniciou em 2003 sua carreira no teatro profissional com a peça “O Homem que Era Sábado”, de Pedro Brício. Tornou-se conhecido do grande público ao interpretar Ronaldo Bôscoli na minissérie “Maysa – Quando Fala o Coração”, direção de Jayme Monjardim, em 2009.
No mesmo ano, realizou seu primeiro trabalho de destaque em telenovelas como os gêmeos idênticos Jorge e Miguel em “Viver a Vida”. Na sequência vieram as novelas “Morde & Assopra”, “Gabriela” e a série “As Brasileiras”. Em 2013, interpretou um dos personagens de maior destaque na TV, o vilão Félix da novela “Amor à Vida”, que marcou a história da teledramaturgia com o primeiro beijo gay exibido em uma novela da TV Globo. Depois vieram outros trabalhos na TV, como “Liberdade, Liberdade”, “Escolinha do Professor Raimundo”, “Pega-Pega”, “Elas Por Elas”, entre outras novelas e séries.
No teatro, estreou em 2003 com a peça “O Homem que era Sábado”, de Pedro Bricio. Na sequência, atuou em “Tudo é Permitido”, de Daniela Pereira de Carvalho; “O Perfeito Cozinheiro das Almas desse Mundo”, direção de Jefferson Miranda; “Últimos Remorsos Antes do Esquecimento”, direção de Ivan Sugahara; “2 p/ viagem”, ao lado de Miguel Thiré, texto em parceria com Jô Bilac; “Lobo n.º 1 – A estepe”, Walter Daguerre e Pedro Kosovski; “Hamlet”, direção de Aderbal Freire-Filho; “Do Tamanho do Mundo”, texto de Paula Braun e direção de Jefferson Miranda; “Selfie”, direção de Marcos Caruso; “O Mistério de Irma Vap”, ao lado de Luis Miranda, com direção de Jorge Farjalla.
No cinema, atuou no premiado filme “Linha de Passe”, de Walter Salles e Daniela Thomas (2008), exibido em Cannes. Protagonizou o filme “Vida de Balconista”, de Cavi Borges (2009), pelo qual foi eleito Melhor Ator no Festival de Cinema de Maringá. Atuou ainda nos filmes “Confia em Mim”, de Michel Tikhomiroff (2014), “Em Nome da Lei”, de Sergio Rezende (2016) e “Talvez uma História de Amor”, de Rodrigo Bernardo (2018); “Benzinho”, de Gustavo Pizzi (2019).